Jogo começa ao meio-dia na Paraíba e termina antes da hora por número insuficiente de jogadores

Tumulto com falta de ambulância e equipe médica, além de complicações com regularização de jogadores deram o tom polêmico do confronto; partida terminou 1 a 1

Ari foi levado na ambulância para hospital após lesão no ombro esquerdo — Foto: Cógenes Lira / GloboEsporte.com

Miramar de Cabedelo e São Paulo Crystal tinham um encontro agendado para as 11h deste domingo, em João Pessoa, em jogo que marcaria a abertura da 2ª divisão do Campeonato Paraibano. Apesar de esse horário já ter se tornado um hábito para partidas no futebol brasileiro, começou aí o impasse, já que os dois clubes reclamavam do forte calor no Nordeste. Mas foi pior. Por falta de ambulância, a partida só começou ao meio-dia. E, depois do intervalo, o time do Miramar protagonizou um cai-cai em campo e, por insuficiência de jogadores, o árbitro encerrou a partida aos oito minutos do segundo tempo, ainda debaixo de um sol escaldante e com o placar apontando 1 a 1.

Os problemas do Miramar já vinham desde antes de a bola rolar. O clube de Cabedelo, na Região Metropolitana de João Pessoa, não conseguiu registrar todos os seus jogadores a tempo no Boletim Informativo Diário (BID) da CBF e relacionou apenas 12 atletas – o único reserva era o goleiro Breendo. O clube até chegou a divulgar uma lista com 14 jogadores, mas dois deles, Artisso e João Vitor, não foram para o banco de reservas.

Com seus 12 jogadores, então, o Miramar foi a campo, no Estádio Almeidão, como mandante, para enfrentar o São Paulo Crystal, que tinha 20 relacionados. Com os times a postos, o árbitro Douglas Magno não pôde iniciar a partida, já que não havia equipe e aparato médicos no local. O dirigente Nevada Silva, do Miramar, providenciou a ambulância, e o médico do São Paulo Crystal assumiu a responsabilidade pelas duas equipes. Só assim, e com 55 minutos de atraso, foi que o jogo teve seu início permitido pelo delegado da partida, Tassiano Gadelha.

Com a bola rolando no primeiro tempo, a partida foi bem movimentada. Um gol para cada lado: Carlão abriu o placar para o Miramar, e Isaías empatou para o São Paulo Crystal. Até aí tudo correndo bem. Eis que, por volta dos 35 minutos, o atacante Ari, do Miramar, sofreu uma falta mais forte e machucou o ombro esquerdo. Ele recebeu atendimento, voltou a campo reclamando de dores e apoiando o braço lesionado junto ao corpo, numa tentativa de imobilizá-lo. Foi assim até o fim do primeiro tempo.

O começo do cai-cai

Terceiro jogador do Miramar cai em campo e jogadores do São Paulo Crystal ficam irritados — Foto: Cógenes Lira / GloboEsporte.com

Durante o intervalo, constatada uma luxação no ombro de Ari, a ambulância saiu do estádio levando o jogador do Miramar até um hospital. Como o veículo não retornou, a partida não pôde ser reiniciada em seu segundo tempo, gerando um novo atraso. Apenas 40 minutos mais tarde foi que a bola pôde rolar novamente, já que uma nova ambulância chegou ao local para prestar suporta a um outro jogo que aconteceria ali, a partir das 15h, também pela 2ª divisão do Paraibano.

A partida, assim, foi reiniciada, mas com o Miramar com apenas 10 jogadores em campo, já que o único reserva do time era goleiro. A partir daí, foram oito minutos dentro dos quais três jogadores do time mandante caíram no gramado alegando não terem condições de jogo. Um deles, inclusive, foi levado para o banco nos braços de um integrante da comissão técnica. Outro foi carregado até a ambulância, mas retornou ao campo caminhando junto de outro integrante do staff do clube de Cabedelo. Todos foram foi alvo de protestos por parte dos atletas e integrantes da comissão técnica do São Paulo Crystal.

Com o Miramar tendo apenas sete jogadores em campo, e como manda a regra, o árbitro encerrou a partida aos oito minutos do segundo, por insuficiência de atletas. O placar ainda marcava 1 a 1, e o São Paulo Crystal ficou na bronca com a atitude do Miramar.

Ações e possíveis punições

O delegado da partida, Tassiano Gadelha, disse que vai relatar o caso em seu relatório e que a FPF vai encaminhar esse documento ao Tribunal de Justiça Desportiva de Futebol da Paraíba (TJDF-PB) para que o caso seja avaliado.

- Tudo vai ser relatado na súmula e vai ser encaminhado ao TJDF - confirmou o árbitro Douglas Magno.

O artigo 205 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD) prevê punição para o clube que “impedir o prosseguimento de partida, prova ou equivalente que estiver disputando, por insuficiência numérica intencional de seus atletas ou por qualquer outra forma”. A pena prevista em casos como esse é de multa que pode chegar a R$ 100 mil, além da perda dos pontos em disputa a favor do adversário.

O parágrafo segundo do artigo 205 ainda prevê exclusão do clubeque usa desse expediente para prejudicar o andamento da partida. Conforme o CBJD, o "órgão judicante poderá aplicar a pena de exclusão do campeonato, torneio ou equivalente em disputa".

O diretor-executivo do São Paulo Crystal, Eduardo Araújo, afirmou que o clube não deve entrar com uma ação, mas que vai corroborar, através de uma nota de infração, com a ação que será gerada através do encaminhamento do caso feito pela FPF ao TJDF-PB.
Já o diretor de futebol do Miramar, Hittler Neves, garantiu que o laudo médico dos atletas que deixaram a partida vai ser homologado junto à FPF. A ideia é comprovar que os jogadores, de fato, não tinham condições de jogo e que não houve qualquer intencionalidade por parte do clube de que eles abandonassem o confronto.

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Fonte: globoesporte

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